Emei Anita Malfatti foi a primeira escola a receber a metodologia em 2019; em nove semanas, haverá motivação ao fortalecimento dos vínculos familiares
25-03-2019 | 10:48:58
A educação dos filhos não é algo que venha pronto, detalhado e explicado em uma cartilha. A partir desta premissa, uma metodologia socioemocional viabilizada pelo Pacto Pelotas pela Paz busca trabalhar, com mães e pais, técnicas que fortaleçam os vínculos familiares, ensinem sobre desenvolvimento infantil e, especialmente, estimulem o ‘educar’ distante de qualquer violência.
Neste ano, 12 Escolas de Educação Infantil (Emeis) acolherão o ‘ACT – Criando Crianças Seguras’; o educandário Anita Malfatti, no Fragata, foi o primeiro a sediar a iniciativa, nesta segunda-feira (25) – dia marcado pela geração de expectativas. É o que diz Jéssica Farias, 24 anos, mãe do Vicente, de 3; a jovem conta que o tema já despertou em si uma autoavaliação.
“Tô muito animada. A apresentação do projeto, na semana passada, já me fez refletir bastante; sobre ter paciência, conversar em vez de brigar e me aproximar mais do meu filho. A possibilidade de trocar conhecimentos com outros pais é maravilhosa”, afirmou Jéssica, uma das oito mães participantes.
“Existe uma cartilha para ser pai e mãe?”, questionou a coordenadora do ‘ACT’, Alicéia Ceciliano, ao grupo. O entendimento de que não há um manual de instruções específico para educar os filhos foi compartilhado por todos e, portanto, a troca de experiências e ideias é fundamental para o aprendizado mútuo, salientou a coordenadora.
“Esta metodologia do Pacto não pretende julgar vocês, mas sim, ajudá-los a fortalecer os vínculos em casa. Ser pai e mãe é acertar, errar e aprender todos os dias”, ressaltou Alicéia, que também destacou o principal objetivo do método: educar as crianças sem qualquer tipo de violência.
A primeira sessão do ‘ACT’ em 2019 também marcou o início da presença paterna no projeto – é a primeira vez que um casal participará das sessões, o que, de acordo com a coordenadora, é uma novidade bastante produtiva; a ideia é que mais pais demonstrem o mesmo interesse.
"A educação dos filhos não é somente responsabilidade da figura materna. Os pais também devem acompanhar todo o desenvolvimento da criança, tanto em casa quanto na escola", reforçou Alicéia.
Quem dá o exemplo na Emei Anita Malfatti é Anderson Camargo, pai de Luiza, 3 anos. “Eu gosto de participar da vida da minha filha e quero fazer isso cada vez mais. Desejo me comunicar melhor, entender os motivos que levam ela a chorar, fazer birra ou se emburrar, por exemplo. Às vezes a correria do dia a dia nos estressa por bobagem e não quero deixar de lado essa proximidade”, relatou Camargo.
O método – que será aplicado pela facilitadora Olga Soares na Emei – utiliza-se de discussões e dinâmicas para elucidar maneiras de reagir de forma positiva às dificuldades emocionais e sentimentos aversivos das crianças. Neste sentido, orientar os cuidadores sobre o modo como eles se comportam nas mais diversas etapas do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.
Em 2018, o ‘ACT’ foi implantado juntamente a outra metodologia socioemocional, o ‘Conte Comigo’, e ambos integraram o Estudo Piá (pesquisa da Universidade Federal de Pelotas). O objetivo é que os resultados observados nos projetos possam embasar novas políticas públicas destinadas às crianças.
'ACT – Criando Crianças Seguras' será ampliado em 2019
Método trabalha a disciplina positiva para educar crianças
Conte Comigo fortalece vínculos e melhora a comunicação
Além da Anita Malfatti, também vão receber o programa as Emeis Adayl Bento Costa, Albina Peres, Darcy Ribeiro, Érico Veríssimo, João Guimarães Rosa, Mário Osório Magalhães, Monteiro Lobato, Nelson Abott de Freitas, Oswald de Andrade, Paulo Freire e Vinícius de Moraes.