Nos três últimos anos, Secretaria de Saúde apurou acréscimo de cerca de 50% de casos da micose contagiosa

Pelotas registra aumento de esporotricose em humanos e felinos

Nos três últimos anos, Secretaria de Saúde apurou acréscimo de cerca de 50% de casos da micose contagiosa
Por Tânia Magalhães 18-08-2025 | 11:08:59
Tags: esporotricose, micose contagiosa, felinos e humanos

Pelotas foi o primeiro município do Rio Grande do Sul a implementar o programa de Vigilância e Controle da Esporotricose, instituído-o em 2013 junto ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Entre aquele ano e primeiro semestre de 2025, 1.773 notificações foram recebidas pelo setor. Foi observado que, até 2021, a média de solicitações anuais de atendimento era de 104 passando para 207 nos últimos três anos. Visando reforçar a atuação para prevenir ou conter a expansão da micose contagiosa, a Vigilância em Saúde intensifica atividades para conscientização da população a respeito da guarda responsável de animais e amplia a divulgação de informativos sobre a doença.

A diretora da Vigilância em Saúde da SMS, Vera Neto, informa que o CCZ realiza vigilância epidemiológica e ambiental de casos suspeitos em humanos e animais. As notificações podem ser encaminhadas pela população via WhatsApp (53) 99964.7827, e-mail cczpelotas@gmail.com ou de forma presencial à rua Lobo da Costa, 1.764, sala 122, Centro. Neste ano, de janeiro até o momento, Pelotas conta com 81 felinos em tratamento e 19 humanos.

Lesões aparecem em humanos e felinos - Fotos: Divulgação/SMS

A esporotricose é uma micose zoonótica contagiosa, causada por um complexo de fungos que afetam o tecido subcutâneo de animais e humanos. Os fungos se encontram em solos ricos em matéria orgânica, cascas de árvores e vegetais em decomposição e a infecção pode ocorrer por meio de ferimentos causados por felpas de madeira, espinhos e plantas contaminadas. Porém, nas últimas décadas, pesquisas indicam que arranhões e mordeduras de felinos (gatos) domésticos, doentes ou sadios, tornaram-se a principal forma de transmissão. Espirros ou contato direto com as secreções das lesões dos felinos também podem contaminar.

A Prefeitura, quando recebe notificação de suspeita de esporotricose em animais, disponibiliza agendamento para o tutor ou responsável, para realizar visita zoossanitária domiciliar, com coleta de amostras clínicas das lesões dos felinos para diagnóstico micológico, por meio de cultura fúngica, no Laboratório de Micologia da Faculdade de Medicina da Furg. O tratamento é de responsabilidade dos tutores.

Para os casos humanos com suspeita de esporotricose, após investigação e coleta de dados, se o paciente atender a determinados critérios será encaminhado para atendimento médico especializado, com realização de diagnóstico micológico junto ao Hospital Universitário da Furg. Após a confirmação, a medicação para humanos é disponibilizada pela Farmácia Municipal, mediante apresentação de receituário médico.

Em humanos, a esporotricose, em lesão inicial, pode parecer-se com picada de inseto ou espinha, podendo evoluir. Geralmente, dá-se nas mãos e antebraços. Nos gatos, a doença expande-se à grave com frequência, com comprometimento cutâneo, respiratório e da condição geral do animal, com lesões em qualquer parte do corpo.

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