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Usuárias do Retrate recebem o carinho de bordadeiras

Artesãs do serviço vinculado à Prefeitura receberam almofadas oferecidas por um grupo de extensão da UFPel

Por Alessandra Meirelles – MTb/RS 10052 21-06-2021 | 15:17:50

O projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Doces Linhas, fez a entrega de 30 almofadas para as 30 usuárias do Reabilitação Trabalho e Arte (Retrate), serviço vinculado à Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da Prefeitura, na sexta-feira (18). A entrega e a recepção foram na sede do Retrate, por representantes de cada grupo, para que não houvesse aglomeração.

Fotos: Rodrigo Chagas

A coordenadora do projeto, professora aposentada da UFPel, Maria Antonieta Dall’Igna (pronuncia-se dalinha - adequado para uma bordadeira), conta que as aulas de bordado começaram há três anos, como uma disciplina da Universidade da Pessoa Idosa (Unapi), e se transformaram em um projeto de extensão aberto à comunidade. Antes da pandemia, os encontros eram semanais no Museu do Doce. Agora, as conversas são permanentes e virtuais. 

Maria Antonieta conta que, para ela, “o bordado é um mundo” que, aliás, já foi retratado em obras. Em 2019, o grupo expôs na Fenadoce um painel que reproduzia alguns locais de Pelotas, algo que teve muita repercussão na cidade. Com a pandemia, as bordadeiras quiseram demonstrar carinho num momento em que todos estão mais vulneráveis por causa do cansaço físico, perdas e necessidades de distanciamento físico. Os primeiros a receber a atenção especial foram os profissionais de saúde do Hospital Escola, da UPA Areal e da UBS Navegantes, presenteados com pequenas almofadas tipo sachê. Cada peça é bordada por uma das 20 participantes do grupo. 

A usuária do Retrate, Júlia Neria Nunes, que recebeu uma das almofadas, diz que o presente foi muito importante “ainda mais quando nosso trabalho é reconhecido como artesanato, assim como o trabalho lindo desse grupo de bordadeiras". O bordado parece ser uma forma de as participantes do projeto enfrentarem o duro momento que o mundo vive. Rosa diz que “a vontade de ver e mostrar trabalhos (pelo WhatsApp) me dá ânimo para enfrentar a pandemia”. Bete conta que “às vezes, acordo à noite e, para espantar maus pensamentos, fico pensando no bordado do dia seguinte”.

E essa é uma experiência que elas querem dividir. Maria Antonieta e a coordenadora do Retrate, Fernanda Pinto, estão conversando sobre um intercâmbio para quando a pandemia acabar e as pessoas puderem voltar a se reunir sem medo. A forma ainda está sendo pensada. Quem tiver interesse poderá integrar o grupo, no Museu do Doce, ou algumas bordadeiras farão oficinas na sede. 

Para Fernanda, que é arteterapeuta, a parceria oferecerá alternativas que darão prazer, agregarão valor ao que elas já produzem, e ajudarão na geração de renda às usuárias. “É um carinho muito importante entre os grupos. Um ajuda o outro, e com possibilidade de durar muito, pois a proposta delas foi muito bem recebida”, diz.

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parceria, artesanato, bordado, bordadeiras, retrate, ufpel, arte

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