Modelo de cumprimento de pena equivale a baixo índice de reincidência criminal e custo reduzido aos cofres públicos para manutenção; iniciativa integra o Pacto Pelotas pela Paz
05-08-2019 | 17:21:24
Um dos pavilhões do prédio que sediará o Centro de Reintegração Social (CRS) da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) Pelotas começou a ser desocupado na segunda-feira (5). O imóvel, adjudicado pelo Estado, através da Procuradoria-Geral do Estado, é localizado na avenida Presidente João Gourlart e tem mais de 12 mil metros quadrados.
A Apac representa um modelo de cumprimento de pena, embasado na ressocialização de apenados e no resgate da dignidade humana, que resulta em mais de 80% de reinserção social, sem reincidência criminal.
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De acordo com o presidente da Associação e secretário municipal de Saúde, Leandro Thurow, os pavilhões deverão ser utilizados para a profissionalização dos recuperandos através da instalação de linha de manufaturados de empresas privadas parceiras, e com compromisso social e possibilidades de trabalho da própria Apac, como marcenaria e serralheria.
“A ideia é seguir reduzindo o número de bens e equipamentos contidos no imóvel para que, o quanto antes, possamos proporcionar esse espaço destinado ao trabalho e à geração de renda. Estamos construindo isso em conjunto com a PGE e o Poder Judiciário”, afirmou Thurow.
O presidente explica que os itens abrigados no local correspondem a objetos oriundos de processos judiciais, apreensões e depósitos gerais. No caso desta segunda, o banco Santander iniciou a desocupação do prédio ao retirar 20 veículos dispostos no pavilhão. A atividade foi acompanhada pelo procurador do Estado, José Elinaldo de Sousa, e por representantes da entidade financeira e da Prefeitura. Dois caminhões-cegonha e um caminhão-prancha foram utilizados para a retirada dos automóveis.
A formação da Apac, em 2017, integra as ações preventivas mobilizadas pelo Pacto Pelotas pela Paz, através do programa Segunda Chance. A abordagem diferenciada do método apaqueano abrange, além do tratamento humanizado e o baixo índice de reincidência, o custo reduzido aos cofres públicos para a sua manutenção – isso porque um dos pilares proposto pelo formato é o trabalho. Dentro do Centro de Reintegração Social, os recuperandos serão envolvidos em diversas atividades culturais, laborais e de lazer.
Em maio, a Prefeitura inaugurou uma fábrica de artigos de concreto dentro do Presídio Regional de Pelotas, onde apenados do regime fechado produzem blocos e tubos de concreto. Os materiais foram utilizados para construir a própria fábrica e também serão empregados em reformas no presídio, obras da cidade e, ainda, na construção da sede da Apac.