Quinta semana de implementação da metodologia em Pelotas mostra que vínculo familiar foi fortalecido com a prática
30-07-2018 | 17:40:51
Se antes o Victor, de 2 anos e 11 meses, não demonstrava nenhum interesse nos livros infantis, hoje, cinco semanas depois de ser apresentado à metodologia Conte Comigo, a história mudou. A mãe do pequeno, Tauana Ortis, conta que o desinteresse foi substituído pela curiosidade e vontade de se relacionar com as publicações, o que trouxe resultados positivos para sua relação com ele. A atividade integra o eixo preventivo do Pacto Pelotas pela Paz, através do programa Infância Protegida.
“Ele nunca parava sentado para ver um livro, hoje está muito mais calmo para prestar atenção e interagir. Se comunica melhor, aponta e nomeia o que vê. Depois que iniciamos essa rotina em casa, ele está grudado em mim, nos aproximamos muito. Como tenho um filho menor, andávamos um pouco afastados, mas agora isso mudou completamente”, disse Tauana.
Os bons resultados foram identificados nos relatos das outras mães presentes na quinta sessão do Conte Comigo, na tarde desta segunda-feira (30), no Centro Tecnológico Educacional de Pelotas (Cetep). O facilitador Eduardo Soares, responsável por acompanhar o grupo ao longo de oito sessões, ressaltou a importância de não desestimular a criança enquanto ela interage com o livro, deixando-as livres para se relacionar com ele da forma que acharem melhor – seja olhando de trás para frente, de cabeça para baixo ou concentrando sua atenção na mesma página, todo o tempo.
“Tentem reforçar o que elas já sabem, valorizem os acertos, elogiem, demonstrem positividade. Se permitam ser guiadas pela vontade delas durante o compartilhamento dos livros e se atentem aos olhos dos seus filhos – eles indicarão onde está sua curiosidade”, sugeriu Soares.
A cada semana, a família recebe um novo livro e é apresentada a uma técnica para trabalhar algo diferente. Desta vez, a publicação “Harry, o cachorro sujinho” servirá para embasar conversas sobre as intenções; o objetivo é estabelecer uma conexão da história contada nas páginas coloridas com a vida das crianças e relacionar a ficção com as suas experiências. O facilitador aponta que, ao trabalhar as intenções, a criança passa a compreender o próprio comportamento e o das pessoas que a cercam, o que melhora o convívio.
“É um tempo só nosso, que eu paro pra ficar ali, com ela. Às vezes, vemos o livro dez vezes porque ela termina e pede pra olhar de novo. Quando digo que vamos sair pra vir pegar um novo livrinho, ela já fica feliz. Isso nos aproximou ainda mais”, comentou Rosa dos Santos, mãe de Milena, de 2 anos e 10 meses.
Em ação inédita no Brasil, o método estimula a imaginação, criatividade e conhecimento através dos livros, além de incentivar a aproximação de pais e filhos, fortalecendo os vínculos familiares. A prática deve atingir 220 crianças de Pelotas – acompanhadas pela Coorte de 2015 – e será desempenhada por 20 facilitadores até o final de novembro. Somando-se ao ACT – Criando Crianças Seguras, ambas metodologias embasam o Estudo Piá – Primeira Infância Acolhida (um convênio entre Prefeitura e Universidade Federal de Pelotas). A expectativa é de que a pesquisa fundamente novas políticas públicas do município.
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