Oficinas de liderança, comunicação, empreendedorismo e produção de currículos preparam jovens pelotenses para o mundo do trabalho
07-10-2018 | 15:43:00
A possibilidade de entrar no mercado de trabalho está mais próxima para aproximadamente 120 jovens do Navegantes, Getúlio Vargas e Laranjal desde que o Start - projeto do Pacto Pelotas pela Paz - começou nas regiões nesta semana. Esta é a segunda turma iniciada no Município, que já capacitou 55 adolescentes do Areal, Sítio Floresta e Colônia Z3.
Na sexta-feira (5), foi a vez do núcleo Navegantes dar o pontapé inicial nas aulas, que representam uma aposta para o futuro dos adolescentes, ao prepará-los para conquista de um emprego ou curso de capacitação. Vinculada ao Banco de Oportunidades, a iniciativa oferece durante nove semanas oficinas que abordam a comunicação, produção de currículos, empreendedorismo, liderança e entrevistas de emprego.
Vitória da Silva, 18 anos, admitiu o nervosismo e ansiedade no primeiro dia de aula no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) São Gonçalo. A menina conta que vê o projeto como uma oportunidade para aprimorar algumas de suas características e para ajudá-la em alguns obstáculos, como vencer a timidez. A jovem recorreu ao projeto para se qualificar na busca pelo primeiro emprego.
“Tenho certeza de que ele vai me ajudar, principalmente, porque sou muito tímida e nervosa. Cumprir o exercício de me apresentar na frente de todos já foi um grande desafio e estou feliz porque consegui”, disse Vitória, moradora do Navegantes 3.
O coordenador do Banco de Oportunidades e um dos professores responsáveis pelos conteúdos do Start, Pablo Salomão, explicou que o objetivo da iniciativa é desenvolver as potencialidades destes jovens, qualificando-os para uma vaga de emprego, curso profissionalizante, esporte, entre outros; 30 jovens estão inscritos no núcleo Navegantes.
“O método de avaliação será o desempenho em sala de aula, a assiduidade, o respeito aos colegas e professores. Será um espaço de aprendizagem, por isso não estamos aqui para julgar ou apontar o erro de ninguém”, disse Salomão.
Assistente social do Cras, Maria Izabel Arndt afirma que detecta uma quantidade significativa de jovens da comunidade interessados em trabalhar e avalia o Start como uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho e melhorar as suas condições de vida. “Temos muita esperança nesse projeto. Queremos seguir captando adolescentes para que mais pessoas tenham essa chance”, disse.
Os 47 adolescentes do núcleo Getúlio Vargas, composto por estudantes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) Mário Meneghetti e Núcleo Habitacional Getúlio Vargas, e integrantes da Organização Não Governamental (ONG) Anjos e Querubins – instituição parceira do Pacto Pelotas pela Paz –, não conseguiam disfarçar a animação durante o Módulo 1, realizado na última quarta-feira (3).
Mas, assim que o desafio da primeira aula foi revelado, as conversas e brincadeiras deram lugar à inquietação. O ato de apresentar-se em público, mesmo que para colegas e vizinhos, é uma das grandes barreiras na conquista da tão sonhada primeira vaga de emprego, e por isso recebe grande foco no decorrer do Start.
A demanda surgiu entre as empresas que oferecem vagas no Jovem Aprendiz e apontaram a dificuldade de comunicação por parte dos iniciantes no mercado de trabalho, o que atrapalha no desenvolvimento de atividades ligadas ao atendimento em lojas e supermercados, por exemplo, onde o contato com outras pessoas é direto. “Nós sabemos o que as empresas pedem e é isso que queremos passar para vocês”, explicou Salomão.
Conforme a vice-diretora geral da Mário Meneghetti, Bianca Aires, o projeto envolveu muito a comunidade, e cada vez mais pessoas mostram interesse em participar e solicitam uma nova turma.
“É maravilhoso! Não tivemos nenhuma outra atividade na escola que chamasse tanta atenção. Já temos 25 alunos esperando a abertura de vagas remanescentes”, comentou Bianca.
O retorno para a comunidade também é um dos objetivos da iniciativa, que nas aulas finais incentiva a criação de projetos nos locais em que moram os jovens como uma maneira de retornar ao aprendizado para a sociedade. “Queremos que os alunos olhem para as suas comunidades, que cuidem também das suas famílias”, finalizou Salomão.
Veja mais fotos do primeiro dia de aula dos núcleos Navegantes e Getúlio Vargas.