Qualificação de jovens para o primeiro emprego, resolução de conflitos nos condomínios habitacionais e nas escolas envolvem instituições públicas e privadas
08-08-2018 | 16:17:03
A política de segurança implantada na cidade com o nome de Pacto Pelotas pela Paz completará um ano no próximo sábado (11), e o resultado das ações colocadas em prática durante este período podem ser observados na pacificação das relações em escolas e residenciais do município, bem como nas oportunidades oferecidas aos jovens, a fim de que se qualifiquem na busca por uma vaga no mercado de trabalho e, assim, construam uma nova realidade longe da violência.
Os adolescentes são contemplados pelos projetos do Pacto através do programa Cada Jovem Conta, que já envolveu 238 adolescentes, atuando por meio de comitês territoriais espalhados em dez pontos da cidade - determinados através do registro de indicadores criminais. Para identificar esses jovens em vulnerabilidade, uma rede integrada por escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e serviços de assistência social é acionada e busca, ainda, diminuir a evasão escolar e a redução de situações geradoras de violência.
O Banco de Oportunidades é um das frentes do Cada Jovem Conta, que oferece mais de 300 vagas de emprego e em cursos profissionalizantes - captadas em instituições públicas e privadas, e com o empresariado local. Até o momento, 76 jovens foram encaminhados a oficinas, 18 à prática esportiva, 16 enviados para solicitação da Carteira de Trabalho, 19 para o Jovem Aprendiz e 160 para cursos técnicos.
Dentro do Banco está o projeto Start, dedicado a capacitação para o mercado de trabalho e que atende a demanda das empresas por preparar os jovens para ingresso no mercado. Atualmente, mais de 30 entidades apoiam a ideia e influenciam de forma direta o futuro dos estudantes atendidos.
Ações para coibir a violência nos bancos escolares também estão entre as preocupações do Pacto e previstas nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves), que serão implementadas nas 60 escolas de Ensino Fundamental e Médio de Pelotas. A instalação das Cipaves ocorreu em julho e o próximo passo será definido este mês, com a escolha dos componentes pela comunidade dos educandários.
Uma das iniciativas que aproximou estudantes, professores e funcionários das escolas envolve a Justiça Restaurativa, metodologia praticada pelo Poder Judiciário e que ofereceu ferramentas - como os Círculos de Construção da Paz - para minimizar problemas de relacionamento no ambiente escolar. As práticas restaurativas tornaram-se estratégia do Pacto e passaram a integrar o eixo de Prevenção Social, atuando em diferentes frentes com o mesmo objetivo: solucionar conflitos.
Outros espaços que receberam atenção foram os condomínios habitacionais de faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, financiados pela Caixa Econômica Federal, entre eles: Haragano - onde os encontros já foram concluídos -, Montevideo e Buenos Aires.
Nesses locais, os moradores participaram dos Trabalhos Técnicos Sociais oferecidos pela Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária (SHRF), com o objetivo de diminuir a taxa de desemprego e a falta de perspectivas para o futuro, por meio das Oficinas de Emprego e Renda, ministradas de forma terceirizada por professores do Senac Pelotas.
Os residenciais também integram o Bons Vizinhos, estratégia que contou com a participação de Facilitadores de Justiça Restaurativa do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), que organizam círculos de conversa a fim de que os moradores exponham e esclareçam os problemas enfrentados na relação uns com os outros. No período de dezembro de 2017 a abril de 2018, pelo menos 274 pessoas integraram os encontros.
Depois de conhecer os resultados positivos das ações restaurativas em diferentes espaços da sociedade, proporcionados pelo Cejusc, a Prefeitura estabeleceu parceria com o Judiciário para a formação dos primeiros Facilitadores de Justiça Restaurativa do município e lotados na Secretaria de Educação e Desporto (Smed).
Em agosto de 2017, os primeiros 24 coordenadores e orientadores educacionais iniciaram a formação, ministrada por profissionais da Escola Superior de Magistratura (Ajuris). Passados seis meses, em abril deste ano, os facilitadores receberam certificação e deram início a atuação nas instituições de ensino. Além desses recém-capacitados, a rede municipal conta com outros 22 servidores capacitados nas secretarias de Saúde (SMS) e Assistência Social (SAS).
Esta matéria é a terceira de uma série especial, "Um ano de Pacto", composta por cinco reportagens. O quarto texto abordará as estratégias de ressocialização e será publicado nesta quinta-feira (9).