A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
No Brasil, a tuberculose é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.
Em 2018, foram notificados 5.085 casos novos de tuberculose no Rio Grande do Sul, chegando a 7.073 casos no total. Na região sul – Pelotas e Rio Grande, conforme classificação da Secretaria Estadual da Saúde -, 425 novos casos de tuberculose foram registrados em 2017, 241 só em Pelotas, sendo 166 de novos diagnósticos, o que coloca o município em 6º no ranking de incidência do estado.
Para combater o problema, Pelotas criou o Programa Municipal de Combate a Tuberculose (PMCT), voltado a atenção secundária. O Programa atende os usuários encaminhados pelos serviços de saúde do município (UBS/Ubai/UPA/Hospitais/Clínicas), após receber o diagnóstico de tuberculose. Ao chegar a PMCT, a equipe avalia o caso, inscreve o paciente no programa e ele recebe toda a medicação para 30 dias de tratamento e orientações sobre este.
Em média, o tratamento básico dura seis meses. São dois meses com o medicamento RHZE e quatro meses com o RH. No entanto, em alguns casos o tratamento poderá se estender ou o paciente precisará utilizar remédios especiais, sendo possível, inclusive, o encaminhamento para Porto Alegre, para acompanhamento do Hospital Sanatório Partenon. Atualmente, um dos principais desafios enfrentados no tratamento da tuberculose em Pelotas é o alto índice de abandono.
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Atendimento: das 8h às 11h
A tuberculose pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, principalmente a que dá positivo para a baciloscopia, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico.
O diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a tuberculose por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas o resultado de outros exames complementares, como de imagem e histológicos. Se os exames laboratórios estiverem disponíveis, são utilizados os seguintes:
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos. Calcula-se que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença.
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento, ela encontra-se muito reduzida. No entanto, o ideal é que as medidas de controle sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia, tais como cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente bem ventilado e com bastante luz solar. O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas infectantes. Com isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. Destaca-se que todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente ficam curadas da doença.
A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias. A vacina BCG protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades.
Outra maneira de prevenir a doença é a avaliação de contatos de pessoas com tuberculose, que permite identificar a infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis, o que possibilita prevenir o desenvolvimento de tuberculose ativa. Em outras situações específicas, pessoas que são diagnósticas com a infecção latente da tuberculose também tem indicação de receber tratamento para prevenir o adoecimento. Neste caso, é necessário procurar uma unidade de saúde para avaliação. Outra medida de prevenção, é manter ambientes bem ventilados e com entrada da luz solar.
*Fonte: Ministério da Saúde e Programa Municipal de Combate a Tuberculose