*Colaboração de César Soares

Um dos principais endereços de fomento à inovação e à tecnologia do Município, o Pelotas Parque Tecnológico, vai ganhar um memorial. A cerimônia de lançamento do projeto arquitetônico do espaço e da marca, que homenageiam o arquiteto uruguaio Eládio Dieste, ocorreu na manhã desta quarta-feira (1º) - data escolhida por ser aniversário do profissional que morreu em 2000. A prefeita Paula Mascarenhas acompanhou a solenidade no local e destacou a importância da colaboração entre Poder Público, universidades e a sociedade civil para viabilizar essa homenagem. 

Fotos: Gustavo Vara

“Existem projetos que demoram, que pensamos que não sairão do papel. Mas, quando se tornam realidade, produzem novos significados, e o Parque é um caso assim, onde tudo dá certo, cresce, vai além do que é esperado, e não acredito que seja por acaso. Essa descoberta, que o grande engenheiro Dieste teve participação na construção do Parque, é uma dessas situações que convergem para o sucesso da iniciativa, que tem tudo a ver com a cultura de Pelotas, com o desenvolvimento tecnológico, com a arquitetura da cidade e, também, com a base fornecida pelas universidades. Esse projeto abre um novo canal de diálogo com o Uruguai, um país tão próximo da gente, em estilo de vida e características físicas. Fico muito feliz dessa relação com Pelotas, que será mais um atrativo turístico”, afirmou Paula na solenidade.

Lançado em julho deste ano, para as comemorações dos cinco anos do Parque, celebradas em setembro, o projeto de criação de um memorial inédito, em homenagem a Dieste, buscou a união entre Brasil e Uruguai para destacar o trabalho arquitetônico do profissional. De acordo com Rosâni Ribeiro, diretora executiva da instituição, a ideia foi reunir o maior número possível de referências sobre a vida e a obra de Dieste em um mesmo espaço, de forma física e virtual, reforçando o setor da indústria criativa e, também, o turismo cultural na região. A previsão é que o memorial esteja pronto em 2022 e integre as comemorações dos 210 anos de Pelotas. 

O projeto do memorial teve, ainda, o apoio do Consulado do Uruguai no Brasil, com apresentação feita pelos professores do Programa de Apoio às Práticas Patrimoniais do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Ricardo Brod Mendes e Daniele Luckow, durante o evento, que contou com a participação do filho do homenageado, Estevan Dieste, e do engenheiro Gonzalo Larramberere, do Escritório Dieste Y Montañez AS, que forneceu suporte ao desenvolvimento da proposta.

Fotos: Gustavo Vara

Foi apresentada, também, a proposta vencedora do concurso que definiu a marca do memorial. O escolhido foi o designer Diego Pizarro que, após uma imersão nos trabalhos de Dieste, conhecido como o criador da "alvenaria armada" e das abóbadas de dupla curvatura em alvenaria, desenvolveu proposta alinhada com o trabalho do arquiteto. As referências estão presentes na identidade criada por Diego, que recebeu cheque simbólico no valor de R$ 1 mil pela marca, com premiação oferecida pela Cooperativa Cresol.

Os secretários de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Gilmar Bazanella, e de Cultura, Paulo Pedrozo, acompanharam a cerimônia, que teve ainda a presença do diretor-presidente da Companhia de Informática de Pelotas (Coinpel), Leandro Felix, dos assessores do Conselho Superior Socioeconômico de Desenvolvimento e Inovação (Conssedi), Flávio Ferreira, e da Assessoria de Especial de Comunicação (Ascom), Gustavo Azevedo, além do vice-presidente do Conselho de Administração do Parque, Felipe Marques, e do representante da Reitoria da UCPel, Demócrito dos Santos. 

O arquiteto homenageado

Eládio Dieste nasceu em 1917, natural de Artigas, no Uruguai. Foi um arquiteto e engenheiro que ganhou reconhecimento internacional por atuar com a técnica da cerâmica armada, em diferentes países da América Latina, inspirando, inclusive, os métodos empregados na construção do prédio que abriga o Pelotas Parque Tecnológico. Durante a obra, ainda em meados da década de 1990, Dieste também teria participado do projeto, o que consolida o prédio pelotense no portfólio do profissional que morreu em 2000.